Flávia

Eu acho que vou acabar usando esse blog para fins incomuns. Esse texto é um pedido de desculpas que devo a alguém que provavelmente nunca vai ler isso... Bom, se existe algum leitor random aí, o texto não é pra você. Assim mesmo publicá-lo-ei porque preciso colocar esse sentimento para fora, e talvez você meu leitor imaginário pode achar-lo bonito.
Flávia, demorou mas eu finalmente entendo o que você sente. Eu precisei estar em uma posição que eu acredito ser parecida com a que você esteve para entender. Desculpe-me.
Tenho que dizer para você que menti. Quando disse que a amava, era hipérbole. Eu gostava muito de você, mas amor é uma palavra muito forte. Chamar de hipérbole também não é muito verdadeiro, era mais um desejo. Eu queria namorar-lhe e achava que o sentimento ia ficar mais forte com o tempo.
Tempo... Esse foi realmente cruel com você. Quando eu estive disponível para você, você não estava para mim. E o contrário aconteceu também, as duas situações alternando-se. Você gostava de mim o suficiente para me perdoar depois desses casos. Embora não tenha feito de propósito, reconheço que a culpa foi minha. Eu não fui maduro o suficiente para entender os seus sentimentos.
Eu ainda tenho aquele pensamento de que se eu tivesse esperado por você teria sido bom. Mas agora já é tarde. Não dá pra ser como era antes. Esse é só um pedido de desculpas, Porque não quero que você fique com raiva de mim para sempre. Também não vou pedir de mais e insistir que seja minha amiga ou volte a falar comigo. Só quero que não me odeie.
Até mais. (Mesmo se for adeus.)

Amigos.

Esse é um tema meio batido e até emotivo em excesso, mas faz um tempo que eu ando com saudades dos meus amigos.
Um dia eu li em algum lugar que amigo é aquele que vai estar contigo a vida toda. Não acho que isso seja verdade, e mesmo que fosse, só seria possível determinar quem foram seus amigos após a morte.
Desconsiderando formulações lógicas, e formalismo matemático, consideramo amigos aqueles que influenciam minha vida constantemente. Mesmo aqueles com os quais perdi contato, ou pior: temos como nos comunicar entre si e não o fazemos porque nossas realidades são diferentes. Eu ainda os tenho por amigos pois o que eles foram e como estivemos juntos por algum tempo fez o que eu sou hoje, fez parte do meu jeito de pensar.
Meus amigos escolheram muitos caminhos diferentes dos meus e diferentes entre si. E acho que é justamente por isso que estou escrevendo esse texto e publicando-o: para dizer a esses amigos que ainda lembro de como já fomos. Se você, leitor, é um dos meus amigos alguma dessas coisas abaixo listadas parecer-lhe-á familiar:
Skateboarding na ladeira "do hiper"; Ouvir hard-core; Tardes estudando na biblioteca do marista; Armorial na sexta feira; Baía Formosa; Jogar xadrez nos Jern's; Andar distâncias enormes a pé pela cidade; Lual em Ponta Negra durante a noite; "Ana beatriz e seus cabelos cacheados"; Ensaios de rock num estúdio alugado; Faltar aula para estudar para prova; Meleca verde; Ísis; Jogar playstation; Aprender cálculo na biblioteca da ufrn; Jogar RPG ou Magic; montar o cubo de rubik; Pular no feijão; Cantar a Cova; (A lista se prolonga muito... porque são muitas as coisas importantes que acontecem. mas quando aconteceram eu achava que não eram dignas de nota.)
Eu sinto saudades de todos os meus amigos. Mas não desejo que as coisas voltem a ser o que era, cada um escolheu o seu caminho, e eu acabei indo pra longe de todos. Só quero dizer pra todo mundo que eu ainda amo todos os meus amigos, estejam onde estiverem, fazendo sei lá o que.

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Daniel Ribeiro Moreira.